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Amigos Improváveis – Whisky & Beer

AMIGOS IMPROVÁVEIS – WHISKY & BEER

Às vésperas do Natal, dia 20/12/2018, fomos até o O’Gilins Irish Pub conferir o inusitado evento Amigos Improváveis – Whisky & Beer promovido pela cervejaria Oitava Colina com o intuito de despertar ou provocar uma experiência de degustação diferente.

Entretanto, apesar da desproporção entre o uísque e a cerveja, eu até diria que vejo familiaridade entre ambos: são produzidos a partir do mosto do malte de cevada (quiçá outros cereais) que depois é fermentado, com a diferença que na cerveja vai ser antes temperado com lúpulo e no uísque vai ser depois destilado e envelhecido. Enfim…

Contra o provérbio popular que diz para «nunca misturarmos bebidas fermentadas com destiladas», o mestre-cervejeiro Fernando Gonçalves, quem palestrou e guiou as harmonizações, nos fez buscar essas avitas similaridades e, melhor ainda, as complementações e os contrastes trazidos pelos distintos processos de cada bebida e a respectiva imparidade de cada rótulo.

Começamos a primeiro pareamento com uma Pale Lager ou, com a devida liberdade poética e autoral, uma “Lisbon Lager” com 5,2% vol. leve e refrescante com notas de biscoito e algum caramelo que, apesar da delicadeza do estilo, harmonizou bem com um Blended Irish Whiskey-based Honeyed Liqueur com 35% vol. muito suave, de um leve dulçor e notas marcantes de mel e especiarias.

Em seguida, uma India Pale Ale com 6% vol. bem cítrica e tropical, com um pouco mais de amargor e corpo para bater de frente com um Kentucky Straight Bourbon Whiskey com 45% vol. com notas de baunilha bem presentes e alguma canela e amêndoas também trazidas pelo barril. O uísque trouxe um aquecimento alcoólico aveludado que na boca em algum momento fez lembrar uma Imperial IPA.

Para finalizar, provamos uma Imperial Porter com 9% vol. e seu forte malte tostado de chocolate, exemplar notório este, já bem amaciado de um lote que envelheceu em barril de uísque para uma congregadora conversa com um Islay Single Malt Scotch Whisky de 40% vol. que traz notas um malte defumado por turfa.

Fernando Gonçalves ousou ainda despejar seu cowboy no copo de cerveja, seja a nível de curiosidade ou para ratificar as harmonizações, citou uma prática comum dentre os proletários na virada do século ⅩⅩ que era a de misturar uma dose de uísque com um pint de cerveja; uma maneira mais barata de embriagar-se que ficou conhecida como boilermaker. Existem inclusive versões desse coquetel com outros nomes.


Resenha publicada originalmente no blog Beer in Lisbon em Dezembro de 2018.

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